terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Álbum póstumo de Michael Jackson reflete altos e baixos de carreira!

  Michael Jackson (1958 – 2009) é o mais novo artista pop a ter seus arquivos revirados em um álbum póstumo. Não é novidade buscar gravações antigas de cantores e bandas para realimentar a idolatria (e o consumo) dos fãs – a questão é se o material escolhido é digno da reputação do autor em questão. Assim, este Michael reflete bem os altos e baixos da trajetória de Jackson depois do sucesso absoluto de discos como Off the Wall (1979) e Thriller (1982).

  As 10 músicas do novo disco podem ser divididas em duas vertentes: as baladas e as dançantes. Este segundo grupo é o mais regular, com canções que certamente vão funcionar bem no terreno no qual Jacko realmente exerceu seu reinado, a pista de dança. Especialmente nas duas músicas que soam menos sobrecarregadas de efeitos: o funk pesado (I Can’t Make It) Another Day, com a ajuda decisiva de Lenny Kravitz, e a disco Behind the Mask, com seu baixo pulsante. Outras duas tratam da perseguição da imprensa, tratada como obsessão em Breaking News e como verdadeiro terror em Monster – nesta, os raps de 50 Cent não ofuscam os vocais rasgados de Michael.

  Entre as canções mais lentas, há algumas um tanto dispensáveis – como Keep Your Head Up, que parece um manual de autoajuda, e Best of Joy, meio melosa demais. Mas uma delas abre o disco com classe: Hold my Hand, o primeiro single, com canja do rapper Akon e coro gospel épico no final. Outra, (I Like) The Way You Love Me, começa com a voz de Michael em um gravador, explicando como deverão ser os arranjos de voz e bateria.
E a bela e tristonha Much Too Soon fecha o disco com uma mensagem comovente: “Espero mudar para melhor / Não deixar o destino controlar minha alma / Espero que minhas preces vejam / O dia em que você vai voltar para mim / Mas acho que aprendi minha lição cedo demais”.
Michael Jackson não morreu.

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