"Muitas canções foram finalizadas por outros produtores. Não é um disco autêntico do Michael'', criticou Joe Jackson, pai do cantor, em sua recente passagem por São Paulo. "Eles [a gravadora e a entidade que administra o patrimônio do astro] estão fazendo isso só para ganhar dinheiro'', acrescentou o patriarca da família Jackson.
No disco, há desde sobras de estúdio da época de "Thriller'' (1982) até parcerias que não decolaram. É o caso de "Hold My Hand'', o primeiro "single'', inicialmente gravado para o disco "Freedom'' (2008), de Akon, com quem Michael fez um dueto. A faixa foi finalizada apenas em 2010.
A agitada "(I Can't Make It) Another Day'', composta por Lenny Kravitz, deveria ter sido lançada no último disco de inéditas de Michael Jackson, "Invincible'' (2001). Felizmente, é esta versão que aparece em "Michael''. Com Dave Grohl (ex-Nirvana) na bateria, é uma das mais energéticas do disco e lembra muito o Michael da fase "Dangerous'' (1991). Assim como "Breaking News'', faixa lançada promocionalmente pela Sony Music no mês passado.
Infelizmente, essas são exceções. No geral, o disco é repleto de canções desinspiradas, que nasceram para ficar na gaveta (um direito que todo artista deveria ter), e outras de produção sobrecarregada. Como "Monster'', com 50 Cent, que é repleta de efeitos sonoros -como gritos e vidros quebrando. Aparentemente, para suprir a falta de acabamento deixada por Michael Jackson.
Se, como primeiro disco póstumo, este supostamente deveria reunir o que há de melhor de material inédito do Rei do Pop, é assustador imaginar o que está por vir.

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